Editoria: Vininha F. Carvalho 11/11/2006
Os visitantes do litoral norte baiano terão uma nova opção de turismo ecológico, o Parque Sauípe. O inédito projeto de conservação ambiental está instalado numa área do ecossistema de Mata Atlântica de 66 hectares, doada pelo empresário Norberto Odebrecht ao Instituto Corredor Ecológico Costa dos Coqueiros (Incecc).
O projeto, que tem como principal objetivo estimular a conservação do ecossistema e fornecer material para o reflorestamento do Litoral Norte, foi desenvolvido pela Cetrel e Sauípe S/A. É coordenado pela Incecc e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Mata de São João e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Segundo o presidente da Costa do Sauípe, Alexandre Zubaran, a participação do destino baiano no projeto se insere na estratégia do empreendimento de promover ações sócio-ambientais em benefício das comunidades do entorno.
“Desde a sua idealização e posterior construção, Costa do Sauípe abraçou como prioridade básica a conservação ambiental e o equilíbrio dos ecossistemas do empreendimento, não só por fazer parte dos valores da empresa, mas também pelo seu pioneirismo na região. O Parque Sauípe reforça ainda mais esse compromisso. O modelo de gestão desenhado pelo Incecc, desenvolvido pela Cetrel e Sauípe S/A vai ampliar o desenvolvimento sustentável do litoral norte”, afirma Zubaran.
O Parque Sauípe ocupa uma fazenda de mais de 20 anos que pertenceu ao fundador empresário Norberto Odebrecht. A antiga área de pasto foi transformada em uma grande reserva que concentra duas nascentes, lagos, ampla diversidade de animais e trilhas ideais para o ecoturismo e educação ambiental.
“Quando a fazenda foi adquirida a área tinha 20 hectares de mata nativa e restante era destinada para pasto. Em pouco tempo, conseguiu-se recuperar grande parte do manancial e hoje 70% da área é de floresta. Na área antropizada restante é que funcionará as instalações do parque”, afirma o diretor-executivo do Imcecc, Álvaro Oyama.
Este foi o local escolhido pela Cetrel para a implantação de uma estação de preservação e educação ambiental. Uma equipe de técnicos da empresa visitará as comunidades vizinhas de Costa do Sauípe para informar e divulgar ações para preservação do meio ambiente.
A transferência dos programas de Responsabilidade Social da Cetrel, com sede no Pólo Petroquímico de Camaçari, para o Parque Sauípe também ampliará as pesquisas e dobrará a capacidade de atendimento aos estudantes da rede pública e particular que consultam o acervo de fauna da empresa. Cerca de dez mil alunos por ano, visitavam o núcleo do meio ambiente da Cetrel e a partir de agora será possível atender 20 mil no Parque de Sauípe.
Além do acervo de mais de 150 mil imagens de animais silvestres e pesquisas da Cetrel, os visitantes terão à disposição túneis de observação de fauna silvestre, trilhas na mata nativa e o Museu de História Natural. O acervo de Ciências Naturais do museu é composto de centenas de espécies da fauna brasileira taxidermizados (empalhados) como o tuiuiú e a onça pintada.
Numa outra frente, os técnicos realizarão trabalho de atração de espécies da fauna do Litoral Norte ao maciço de Mata Atlântica do Parque Sauípe.
“Identificamos na área de Sauipe, 250 espécies de pássaros diferentes, um número expressivo se compararmos com as 436 espécies conhecidas no litoral baiano e 826 em toda a Bahia”, afirma o ornintólogo da Cetrel, Pedro Lima.
Destino de turismo ecológico e incentivo à cultura local:
Em um local cercado de verde por todos os lados, entrecortado por diversas trilhas (existentes) no meio da floresta, os visitantes poderão praticar inúmeras modalidades de turismo de aventura: circuito de tirolesa, canoagem, trilha interpretativa, mountain bike e observação de animais silvestres por meio de túneis.
Para quem gosta de turismo ecológico, o Parque oferece o ambiente ideal: a área possui bosques de sucupira, açaí, mangueiras, caju, pupunha, ipês, entre outras; quatro lagoas e nascentes; dois vales, trechos de restinga e o projeto viveiro para produção de espécies nativas.
O Parque Sauípe também vai preservar a história e cultura do Litoral Norte Baiano. O resultado de dez anos de exploração da equipe do arqueólogo Paulo Zanettini estará exposto na matriz arqueológica do Museu de História Natural do Parque Sauípe. A pesquisa encontrou vestígios de civilizações que habitaram a região há 3.300 anos em quase 100 sítios arqueológicos descobertos durante as escavações realizadas para construção da Costa do Sauípe.
Os utensílios de pedra lascada usados no dia-a-dia das tribos nômades do passado de Sauípe estão entre as peças mais antigas do acervo, que também contará com urnas funerárias e cerâmicas decoradas da etnia Tupinambá, cujos integrantes chegaram à região por volta do século 15. Há também inúmeros objetos dos colonizadores portugueses. O museu vai expor entre 80 e 100 peças das centenas recolhidas na região. O espaço ainda abriga um rico acervo de animais e aves empalhados com representações do seu habitat natural.
Os trabalhos artesanais da comunidade local também terão espaço garantido no Parque Sauípe. Em uma olaria, artesãos de vários lugares da Bahia poderão desenvolver suas diferentes técnicas e culturas para formar novos oleiros das comunidades vizinhas.
No Centro de Artesanato, mulheres das comunidades locais terão a oportunidade de trabalhar com o trançado Tupinambá e os homens poderão fazer peças com variados tipos de cipó. Neste espaço também haverá oficinas e vendas de produtos. A Casa de Farinha completa a área destinada aos trabalhos da comunidade do entorno. No local, serão produzidos farinha e diversos subprodutos, como: beijus, bolos, biscoitos e pamonhas.
De acordo com o presidente da Costa do Sauípe, Alexandre Zubaran, o turismo ecológico e de aventura, aliado ao Museu de História Natural, Olaria, Centro de Artesanato e Casa da Farinha serão fatores de atração de mais visitantes ao Litoral Norte.
Nos últimos dois anos, o salto de produtividade da Costa do Sauípe representou uma alta de cerca de 40% sobre o faturamento, com uma ocupação superior à média do setor, consolidando Sauípe como o principal destination resort do país, hospedando em média mais de 2,3 mil pessoas/dia, sendo 42% de estrangeiros, número que praticamente dobrou nos últimos dois anos.
“Acreditamos no potencial do turismo ecológico que cresce em média 20% ao ano e a abertura do parque inaugura uma nova oportunidade para o destino baiano”, afirma Zubaran. Segundo ele, os hóspedes passarão a usufruir dos equipamentos do novo espaço verde logo após sua abertura. “Vamos incorporar as atividades de turismo ecológico ampliando as atrações oferecidas pelos hotéis”, completou. A empresa vai manter uma equipe de atendimento numa das construções do parque, que receberá os hóspedes e organizará as atividades de entretenimento.
Sobre Costa do Sauípe :
A Costa de Sauípe, destino turístico localizado a 76 quilômetros do Aeroporto Internacional de Salvador, ocupa uma área de 172 hectares ecologicamente protegidos. O local conta com cinco grandes hotéis de padrão internacional de qualidade, seis pousadas temáticas e a Vila Nova da Praia – um centro comercial, de lazer e entretenimento, bares, restaurantes e diversas atrações recreativas e culturais.
Instalado em uma Área de Proteção Ambiental conhecida como Costa dos Coqueiros, o destino turístico abriga manguezais, restingas, dunas, rios, lagoas de água doce, coqueirais e trechos remanescentes de Mata Atlântica.
Sobre o Incecc:
Fundado em outubro do ano passado por empresas do setor industrial e turístico que desenvolvem, há anos, programas de responsabilidade social, o Instituto Corredor Ecológico Costa dos Coqueiros (Incecc) tem o objetivo de conservar e recuperar áreas degradadas do Litoral Norte sob a perspectiva da conexão dos maciços florestais da região, preservando a riqueza da flora e fauna da mata atlântica baiana. O instituto surgiu graças à parceria entre a Cofic, Cetrel, Fazenda Praia do Forte, Sauípe S/A, Bahia Pulp, Lyondel, e Bahiagás.
Sobre Cetrel :
Criada em 1978, a Cetrel S.A. - Empresa de Proteção Ambiental começou a operar juntamente com as demais indústrias do Pólo Industrial de Camaçari, sendo responsável, desde então, pelo tratamento e disposição final dos efluentes e resíduos industriais, bem como pelo monitoramento ambiental do complexo industrial e de toda a sua área de influência.
