Coadjuvantes no cinema, protagonistas na exportação.

Editoria: Vininha F. Carvalho 16/07/2008

O “sim” de Carrie Bradshaw e Mr. Big no filme “Sex and the City” tem um toque brasileiríssimo: as jóias! O longa-metragem que conta mais uma aventura das quatro amigas supermodernas tem colares, brincos de brilhante e gargantilhas nacionais como coadjuvantes. Não é a primeira vez que essas preciosidades aparecem nas películas hollywoodianas.

Em “A Maldição do Escorpião de Jade”, de Woody Allen, a jóia brasileira é quase a atriz principal, uma vez que o roteiro é sobre o roubo de um colar. Outros longas também fizeram uso de nossas peças, como “O amor custa caro”, “Austin Powers” e “Meu Vizinho Mafioso”, dentre outros.

Essas participações na sétima arte são reflexos do prestígio que as jóias brasileiras conquistaram no mercado internacional. A inovação e a criatividade do designer brasileiro devem ser consideradas como o grande filão para essa performance.

O design arrojado, leve e colorido faz o Brasil aumentar a cada dia os destinos da exportação. Além de “clientes” tradicionais, como Itália, Suíça, Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, China, México, Espanha, França e Alemanha, outros países estão entrando na rota das jóias: Argentina, Chile, Panamá, Colômbia, Venezuela, Angola e Kwait. Diversas organizações, como o Sebrae, Ministério do Desenvolvimento, Centro São Paulo Design (CSPD) e a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), dão apoio às indústrias nacionais para reafirmar ainda mais o design de jóias desenvolvido no País e continuar conquistando espaço e prestígio no mercado mundial.

Atualmente, mais de 40 nações compram peças em ouro ou com pedras lapidadas. Com a maior variedade de gemas e sendo 14º produtor mundial de ouro, o parque industrial brasileiro é o maior da América Latina, composto basicamente por pequenas e médias empresas.

Para acompanhar este ritmo, uma nova e talentosa geração de designers está criando jóias de personalidade, diferenciadas, que misturam materiais alternativos, como palha, sementes, silicone, madeira e couro, dentre outros, com as matérias-primas tradicionais do setor, como ouro e gemas.

Para esse avanço, muito contribuiu iniciativa emblemática, que está completando cinco anos em 2008: em outubro de 2003, o Sindijóias-SP (Sindicato da Indústria de Joalheria, Ourivesaria, Bijuteria e Lapidação de Gemas do Estado de São Paulo), o CSPD, o Sebrae-SP e a Associação dos Joalheiros de São José do Rio Preto (município do interior paulista onde o setor gera mais de quatro mil empregos diretos e fatura aproximadamente US$ 100 milhões por ano) lançaram projeto para elevar a competitividade das micro e pequenas empresas.

Batizada de Via Design, a iniciativa ajudou a promover a participação dessas empresas nas exportações, por meio da utilização do seu design como elemento de agregação de valor em produtos e serviços.

A capacidade profissional e o talento dos designers brasileiros são cada vez mais reconhecidos internacionalmente, inclusive em países nos quais essa atividade desenvolveu-se há muito mais tempo. Não foi à toa que, na edição de 2008 do Oscar, quem brilhou mesmo foram as nossas jóias! Traduzindo o conceito em números, não há dúvida de que a qualidade do design é um dos fatores responsáveis pela performance do setor: movimentação anual próxima de R$ 5 bilhões e exportações superiores a US$ 100 milhões.



Autoria: Ecio Barbosa de Moraes - Diretor do IBGM – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, membro do Conselho Consultivo do Centro São Paulo Design – CSPD

Fonte: Ricardo Viveiros