Pesquisa da UNITAU desenvolve madeira reciclável que contribui para a redução do impacto ambiental

Editoria: Vininha F. Carvalho 09/06/2010

Uma pesquisa realizada na Universidade de Taubaté (UNITAU) desenvolveu um material plástico que pode substituir a madeira utilizada em telhados pela construção civil, reduzindo significativamente o impacto ambiental gerado pelo aumento da construção de moradias.

A madeira plástica tem propriedades físicas e mecânicas semelhantes ao da madeira convencional e, por ser um agregado de plástico reciclado, não utiliza nenhum recurso nobre em sua produção, o que barateia a construção e ajuda a reduzir o desmatamento de matas nativas para esse fim.

O estudo foi realizado pelos alunos Silvia Vieira Mendes, Flávia Santos Loureiro e Luiz Marcelo Ferreira, que estão no 5º ano do curso de Engenharia Ambiental da UNITAU. O interesse pelo estudo surgiu diante do expressivo número de vigas de madeira destinadas para a construção de caibros de telhados.

O objetivo foi desenvolver um material que substituísse a madeira convencional para atenuar a exploração de matas nativas.

“O Brasil hoje possui um déficit habitacional com mais de sete milhões de moradias, ou seja, será necessário remover mais matas para a construção destas novas casas”, acentua a estudante Silvia Mendes, sobre a importância do estudo.

Para desenvolver o agregado reciclável, o estudo misturou 41,50% de polietileno de alta densidade com 58,50% de polietileno de baixa densidade, ambos reciclados. A partir dessa mistura, obteve-se um compósito, que é um material produzido a partir da combinação de materiais de propriedades distintas. Este compósito trata-se da madeira sintética, que no mercado mundial já é conhecida como WPC (Wood Plastic Composite).

“A madeira sintética apresenta boas propriedades e utilizações promissoras para a fabricação de diversos produtos como, estrutura para coberturas, pisos, pallets, embalagens especiais, móveis, decks, entre outros”, salienta o orientador da pesquisa, Prof. Dr. Marcio Estefano de Oliveira.

A madeira plástica, além de evitar o corte de árvores, é um produto que emprega o uso de resíduos e, que dessa forma, contribui para a preservação do meio ambiente.

“O processo de fabricação desta madeira não gera qualquer tipo de poluição ou resíduos”, explica Estefano. Outra vantagem é que este material pode ser aparafusado, atarraxado e não precisa de tratamentos contra cupins e insetos, ao contrário da madeira tradicional, o que aumenta a durabilidade do material e reduz a perda durante as reformas no telhado.

A pesquisa contou com o apoio da Fazenda Esperança, localizada em Guaratinguetá, que cedeu uma extrusora Alemã AZ-40, equipamento necessário para o processamento do material utilizado.

Fonte: Tawana Miquelino