Dia Mundial do Meio Ambiente : consumo excessivo é a principal problemática do Planeta

Editoria: Vininha F. Carvalho 05/06/2013

O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, está longe de ser uma data comemorativa. De acordo com os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – IDS 2012, lançados pelo IBGE durante a conferência Rio+20, as desigualdades socioeconômicas e de gênero, os altos valores de poluentes do ar em regiões metropolitanas, a falta de saneamento básico, mais comuns no Norte e no Nordeste, e as ameaças crescentes aos biomas e espécies brasileiras sob perigo de extinção são algumas das fragilidades enfrentadas pelo Brasil atualmente.

De acordo com a bióloga brasiliense e mestre em ecologia, Nurit Bensusan, apesar da alta popularidade do termo sustentabilidade, poucas pessoas sabem realmente o que essa palavra significa.

Como forma de popularizar a Ciência entre a garotada, a especialista cria jogos e livros infantis com temas biológicos.

“Para a maioria da população, a sustentabilidade está muito mais ligada à imagem do politicamente correto do que ao seu real significado: agir de maneira que não prejudique as pessoas e o planeta. É preciso lidar com os recursos naturais que disponibilizamos de forma que não comprometa o seu uso futuro, usar com racionalidade”, afirma Nurit, que também é doutora em educação, engenheira florestal e escritora.


- Consumo e consciência:

Um dos temas centrais discutidos há um ano na Rio+20, Cidade Sustentável, ainda é uma realidade distante da que o Brasil enfrenta atualmente.

“Para uma cidade ser chamada de sustentável é preciso investir em muitas ações, como transporte público de qualidade, coleta de lixo voltada para a reciclagem, tratamento de água e geração de energia com menos impactos ambientais, utilização de produtos que não agridem ou que agridem menos o meio ambiente, entre muitos outros campos que exigem atenção”, alerta Nurit.

Segundo ela, o principal desafio está em consumir menos do que é consumido hoje. “O consumo excessivo é um dos fatores mais críticos da atualidade. Primeiro porque a energia que a gente consome é muito mais do que a gente poderia gastar.

Segundo porque o mega consumo só funciona para uma parcela da população, já que grande parte do mundo continua completamente à margem disso, sem acesso à tecnologia, por exemplo.

Então, além de não pouparmos energia para o futuro, consumimos exageradamente enquanto outras pessoas não têm nem o básico para sobreviver”, reflete.


- Semente do conhecimento:

Para Nurit não restam dúvidas: a solução definitiva para os problemas ambientais está na educação. Por isso, a especialista lançou em 2010 a Biolúdica, empresa de criação de jogos e livros com temas biológicos, como forma de despertar a consciência de crianças e adolescentes de forma lúdica.

A aposta deu tão certo que Nurit chegou a lançar o livro-jogo Rio +20, 21, 22... na abertura da conferência mundial sobre meio ambiente, e de lá para cá, a loja virtual passou a contar com dezenas de produtos, entre jogos de cartas e livros, muitos deles adotados na lista de material de colégios particulares do Distrito Federal.

Recentemente a obra Labirintos – Parques Nacionais foi premiada como melhor livro infantil brasileiro pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, na categoria Informativo.

“As crianças, diferentemente dos adultos, têm uma empatia muito forte pelos assuntos ambientais. Conservar essa empatia pode fazer muita diferença para o futuro”, afirma a bióloga que atualmente trabalha em um novo livro de perguntas e respostas, também voltado para os baixinhos.



Fonte: Nurit Bensusan - Bióloga e engenheira florestal, pós-graduada em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Hebraica de Jerusalém, mestre em Ecologia e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB).