Editoria: Vininha F. Carvalho 14/07/2005
Foi escolhida semana passada, por uma comissão público-privada, as agências que poderão atuar na recepção aos turistas chineses no Brasil. A relação das agencias é uma exigência do governo chinês para os países aos quais são concedidos o ADS (Status de Destino Aprovado).
O Brasil obteve tal licença em novembro do ano passado, através de negociação do governo federal por meio do Ministério do Turismo. O ADS permite que empresas de turismo montem e vendam pacotes a chineses para visitarem o País.
De acordo com Lawrence Reinisch, que está implantando o Escritório de Turismo do Mercosul no Japão, há um interesse mundial no mercado chinês perfeitamente justificável.
"A demanda reprimida é fortíssima. A China está se tornando um país muito rico e o turismo de lazer acompanhará o turismo de negócios. Um bom termômetro é o aumento de frota e de linhas das companhias aéreas chinesas, como Air China, China Southern, China Eastern, Air Shanghai e várias outras", diz.
O Escritório é resultado de uma parceria da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA, sigla em inglês) com os quatro países do Mercosul. No Brasil, com o Ministério do Turismo, por meio da EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo).
A comissão se reuniu no dia 16 de maio. Das 38 agências inscritas, 25 foram classificadas, por atenderem os requisitos. Os critérios para a seleção das agências foram: certidões que comprovassem idoneidade fiscal e trabalhista; contratação legal de um funcionário que domine, fale, compreenda, leia e escreva fluentemente o idioma mandarim.
Além disso, o candidato deveria ter mais de cinco anos de registro como agência de viagem na ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens) ou de registro Embratur (atualmente MTur); possuir pelo menos 20% de sua receita total originada pelo turismo receptivo internacional ou comprovação do investimento na captação de mercado internacional; possuir site eletrônico em outro idioma que não o português; material impresso; anúncio em meio de comunicação com circulação no exterior; realização de eventos no exterior; ter histórico de participação como co-exibidor nas feiras de turismo em estandes brasileiros organizados pela Embratur no mercado internacional; possuir registro IATA que permita emissão e reemissão de bilhetes domésticos e para destinos na América do Sul, a fim de permitir eventuais continuações de viagens e ter referências comerciais de pelo menos três operadores estrangeiros a quem prestem serviço de receptivo internacional.
As entidades que participaram da escolha foram os Ministérios do Turismo, das Relações Exteriores e do Trabalho, EMBRATUR, Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) e a ABAV.
Agências selecionadas:
1.. BRASIF
2.. TUNIBRA
3.. TRAVEL SHOP
4.. NEW LINE
5.. ODARA
6.. BLUMAR
7.. FELLINE
8.. AMBIENTAL
9.. NASCIMENTO
10.. UCB TURISMO
11.. GO 4 BRAZIL
12.. EASING GOING
13.. THE WAY TRAVEL
14.. BRAZILIAN FIESTA
15.. DEL BIANCO
16.. HAPPY HOLIDAY
17.. GOLDEN FOZ
18.. BIOSFERA ECO-BRASIL
19.. OPCO TOURS
20.. TOURS BRASIL
21.. ITIQUIRA TURISMO
22.. LATINSINA
23.. MASTER TURISMO
24.. ORION TRAVEL
25.. YOSHIDA AGÊNCIA DE TURISMO
Espera-se que a China seja, até 2020, o quarto maior emissor de turistas do planeta, enviando ao mundo 100 milhões de visitantes. Com o ADS, o Ministério do Turismo estima que o Brasil passe a receber 100 mil chineses por ano até 2007. Em 2003, o fluxo foi de 14.456 visitantes, segundo o Anuário Estatístico da EMBRATUR.
O ADS já foi concedido pelo governo chinês aos membros da União Européia e a outros 34 países, incluindo Cuba, o único país das Américas a receber esse tipo de autorização. O documento será assinado formalmente em agosto e só a partir daí se poderá de fato começar a fechar negócios.