Projeto Rotas Culturais do Turismo engloba propriedades do tempo do Brasil Colônia

Editoria: Vininha F. Carvalho 22/07/2005

A "civilização do açúcar" é a principal referência do ‘Projeto Rotas Culturais do Turismo’, desenvolvido pelo Sebrae e parceiros. O projeto está em fase de desenvolvimento e vai envolver 20 municípios de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, onde estão as históricas fazendas de engenho, remanescentes do século XVIII.

No começo de julho, o Sebrae em Pernambuco firmou parceria com dez prefeituras municipais da Zona da Mata norte e sul do Estado de Pernambuco e representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) e Convention Bureau para viabilizar a iniciativa.

Os dez municípios pernambucanos que aderiram ao projeto são: Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Recife, Olinda, Nazaré da Mata, Vicência, Goiana, Itamaracá, Carpina e Igarassu.

Atualmente as unidades do Sebrae nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba elaboram as diversas etapas do projeto, que terá duração de três anos e fornecerá uma abordagem inovadora aos roteiros turísticos, onde ocorreu o ciclo da cana de açúcar.

O Instituto Gilberto Freyre é outro importante parceiro da iniciativa. Antropólogos e sociólogos estão participando do desenvolvimento de conceitos e do levantamento dos elementos identificadores da "civilização do açúcar", tais como equipamentos tombados como patrimônio histórico, gastronomia e manifestações culturais presentes nos três estados.

O objetivo do projeto é explorar a riqueza cultural dessa região, onde localizam-se as fazendas de engenho, e que abrange as fronteiras de Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

“A ‘civilização do açúcar’ vai agregar valores culturais aos produtos e serviços oferecidos aos turistas em cerca de 20 cidades na região dos engenhos de açúcar”, afirma Alexandre Ferreira, coordenador do Projeto Rotas Culturais do Turismo no Sebrae em Pernambuco.

A meta da iniciativa é gerar um roteiro comum aos três estados com o diferencial cultural. O público-alvo é composto por cerca de 200 empresas do segmento de hotéis, pousadas e restaurantes e de 50 produtores culturais. “A expectativa é de que o projeto aumente o faturamento desses empreendimentos e empreendedores em 20%”, revela Alexandre.

Alguns dos engenhos já são explorados turisticamente nos três estados, porém a idéia é transformar os equipamentos existentes em atrativos conceitualmente interligados, de acordo com a nova abordagem.

“Vamos resgatar, por exemplo, a culinária típica da época da "civilização do açúcar”, afirma Alexandre Ferreira. Doces, licores, cachaça e danças folclóricas, como o maracatu e o cavalo marinho fazem parte do acervo cultural da região dos engenhos, esclarece o coordenador do projeto.

O engenho Poço Comprido, localizado no município de Vicência, está totalmente restaurado e pronto para receber turistas. A construção é considerada uma dos mais antigas da região e é a única que possui a ligação entre a capela e a senzala, conta Alexandre.


Fonte: Agência Sebrae de Notícias