Parque Estadual Intervales tem atraído turistas estrangeiros

Editoria: Vininha F. Carvalho 20/10/2005

Pássaros raros encontrados no Parque Estadual Intervales (PEI), 270 km a sudoeste da cidade de São Paulo, têm atraído turistas das mais diversas partes do mundo, incluindo países como Sri Lanka, Austrália, Estados Unidos, Israel, Equador, Finlândia, Alemanha e Dinamarca.

Neste ano, o parque administrado pela Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, já recebeu 61 estrangeiros adeptos da observação de pássaros, ou birdwatching em Inglês.

Outros 14 já fizeram reserva para o final de outubro. Esse tipo de público vem crescendo a cada ano. Em 2004, vieram 60 pessoas do exterior para contemplar as mais de 300 espécies de aves já identificadas na área. Algumas são endêmicas, ou seja, só podem ser encontradas ali.

A diretora-executiva da Fundação Florestal, Antonia Pereira de Avila Vio, explica que a riqueza da avifauna é resultado do ótimo estado de conservação da Mata Atlântica preservada nos 41,7 mil hectares do PEI.

Ela ressalta que o parque tem procurado atender cada vez melhor os observadores de aves, categoria que reúne pessoas das mais diversas profissões, idades e nacionalidades, que têm em comum o gosto pelo desafio de procurar, identificar e observar os pássaros na natureza.

O responsável pela administração de Intervales, Maurício de Alcântara Marinho, destaca que, além da integridade dos ecossistemas naturais, o parque oferece infra-estrutura receptiva completa para facilitar a visitação. Na sede da unidade situada no município de Ribeirão Grande, há pousadas, restaurante, base de pesquisa e recintos para reuniões e eventos.

Os estrangeiros costumam ficar satisfeitos, pois conseguem ver pássaros nunca antes visualizados em outras regiões. Um bom exemplo é o de visitantes Holandeses que traziam no currículo a observação de 7 mil espécies diferentes em várias partes do mundo. Faltavam apenas 11 pássaros que não haviam encontrado em nenhum lugar do Brasil.

Outro fator que ajuda a atrair os observadores de aves estrangeiros é a habilidade dos monitores ambientais de Intervales para localizar as espécies procuradas. Um dos mais requisitados é o monitor Luiz Avelino Ribeiro, que consegue identificar e atrair as aves após ouvir gravações trazidas pelos turistas com as vocalizações das espécies que pretendem contemplar.

Luiz afirma que os estrangeiros costumam ficar satisfeitos, pois conseguem ver pássaros nunca antes visualizados em outras regiões. Um bom exemplo é o de visitantes Holandeses que traziam no currículo a observação de 7 mil espécies diferentes em várias partes do mundo. Faltavam apenas 11 pássaros que não haviam encontrado em nenhum lugar do Brasil.

“Todos os 11 foram observados por eles durante a permanência no parque”, recordou o monitor.

As espécies mais procuradas são o pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus), o pichochó (Sporophila frontalis), o bacurau-rabo-de-seda (Caprimulgus sericocaldatus), a coruja-caburé-canela (Aegolius harrisi) e o tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata).


Patrimônio Natural da Humanidade:

Em conjunto com o PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), o Parque Estadual Carlos Botelho e a Estação Ecológica Xitué recebeu da UNESCO o título de Patrimônio Natural da Humanidade. Estas áreas também fazem parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

A área total do Parque, 42 mil hectares, estende-se sobre parte dos municípios de Ribeirão Grande, Eldorado, Guapiara, Iporanga e Sete Barras.

A Serra do Paranapiacaba é o divisor de águas entre a Bacia Hidrográfica do rio Ribeira de Iguape, cujos rios seguem em direção ao Oceano Atlântico ainda em São Paulo, e a Bacia Hidrográfica do rio Paranapanema, cujas águas correm em direção à Bacia do Prata, sendo o rio Paranapanema afluente do rio Paraná.

O paredão serrano representado pelas serras do Mar e do Paranapiacaba funciona como uma barreira ao avanço das massas de ar provenientes do oceano e do sul do continente, as quais empurram as nuvens para o alto das serras, onde a temperatura é mais baixa. As nuvens se condensam ocasionando chuvas e muita neblina. A região possui alta precipitação com valores de 2000 a 3000mm/ano, e conseqüentemente a umidade relativa do ar é extremamente alta, de 65 a 100%.

A altitude do Parque varia de 60 a 1.095 metros. Este fator combinado com a elevada umidade possibilita uma diversidade paisagística, faunística e florística.

O clima predominante é o subtropical de altitude sem estação seca (Ctb, segundo Koepper). A temperatura média anual para a área da Sede do Parque varia entre 17°C e 19°C.


As cavernas :

As cavernas do PE Intervales estão concentradas nas áreas mais próximas à sede, onde existe um lençol de rocha calcária. A água proveniente de infiltrações ou de riachos subterrâneos, agindo sobre estas rochas de maior solubilidade, vai desgastando e escavando o leito rochoso durante milhares de anos, formando as cavidades.

As partículas de rocha ao serem carregadas pelas águas provenientes de infiltrações, vão sendo depositadas em outros locais, formando esculturas brancas e coloridas, denominadas espeleotemas, como as estalactites e as estalagmites.

Muitas formações lembram rostos, animais, esculturas e outras formas que nosso imaginário puder conceber. As cavernas possibilitam exercícios físicos e imaginativos; nelas aflora o mundo do imaginário e da realidade fantástica.

As cavernas de Intervales por estarem próximas das nascentes e no alto da serra, sofrem menos influência da umidade, dificultando a ocorrência de grandes cavernas como aquelas do PETAR.

Nelas podem ser encontrados pequenos mamíferos como morcegos e lontras, além de répteis, anfíbios, peixes e invertebrados, como os opiliões. Seu interior é agradável com temperatura constante. Nas partes escuras, quanto mais se afasta das entradas, menor é a variedade de espécies.


Como chegar

Partindo de São Paulo, o melhor roteiro para chegar ao Parque Estadual Intervales tem início na rodovia Castelo Branco - SP 280, que deve ser percorrida até o km 129. Nesse ponto, entrar no acesso para Tatuí, seguindo pela SP 127 até Capão Bonito e, depois, pela SP 181 até Ribeirão Grande. A partir daí, percorrem-se 25 km por estrada de terra bem conservada até a sede do parque.