Turismo europeu enfrenta concorrência com estratégias culturais

Editoria: Vininha F. Carvalho 20/10/2005

O turismo europeu tem cada vez mais que enfrentar a concorrência de novos mercados, como Brasil, China e Rússia, e quer utilizar estratégias de comercialização de inteligência cultural e tecnologia moderna.

Foi isso que disseram hoje em Viena os organizadores do primeiro congresso da Comissão Européia de Turismo (CET), organização sem fins lucrativos com sede em Bruxelas que reúne os escritórios nacionais de Turismo de 33 países europeus.

Com uma participação de 10% no PIB europeu e um mercado de 421 milhões de clientes por ano, o turismo constitui um ramo industrial prioritário e seguro na Europa que não corre perigo de ser mudado para outras regiões do mundo, disse o presidente da CET, Arthur Oberascher, em entrevista coletiva.

Os especialistas, no entanto, vêem com preocupação que as grandes correntes do turismo estejam se centrando cada vez mais em outros continentes, por isso temem uma diminuição da participação européia no mercado.

O turismo europeu encontra-se diante de uma mudança de paradigma cuja dimensão não se limita ao turístico, mas tem conseqüências de política social.

Por este motivo, a CET considera que o futuro turístico da Europa depende da aprendizagem para enfrentar sua própria identidade e a de outras culturas, a fim de ser capaz de uma autorreflexão e de um tratamento de respeito com o turista não-europeu.

Os especialistas em turismo propõem incluir essas capacidades de inteligência cultural e gestão de relações entre culturas nos planos de ensino dos países europeus para aumentar a sensibilidade necessária nestas tarefas, disse Oberascher.

Em declaração que será aprovada pelos países-membros no congresso de Viena, fala-se do turismo como tarefa prioritária da política cultural européia.

A formação dos profissionais de turismo deve estar dirigida a manter altos padrões de qualidade, dizem os altos membros da CET, que também pedem para o turismo o peso necessário na política comunitária da União Européia.

Da mesma forma insistiram também nas tecnologias da informação e na comercialização eletrônica como novas estratégias de grande importância.

Além disso, propuseram promover a pesquisa e o desenvolvimento para obter soluções para as mudanças estruturais a longo prazo, assim como retrocessos a curto prazo devido ao terrorismo, aos conflitos armados e às catástrofes naturais.

Como tarefas principais, os congressistas estabeleceram o fomento e a salvaguarda da identidade européia, evitar a exploração comercial excessiva de determinadas regiões, assim como promover a integração sócio-cultural e o desenvolvimento sustentável, compatível com a proteção do meio ambiente.

Os participantes do congresso opinaram que o turismo, que emprega 12% da mão-de-obra européia, está em condições de se transformar em motor do crescimento econômico continental.

Eles acreditam que assim se podem cumprir os objetivos da Conferência de Lisboa, em que a Europa colocou como meta chegar a ser em 2010 o espaço econômico mais dinâmico do mundo.

Fonte: Agência EFE