Editoria: Vininha F. Carvalho 11/10/2005
A Argentina continua comemorando seu desempenho no setor do turismo. O país lucra hoje o dobro em turismo do que no comércio de suas tradicionais carnes. Só Buenos Aires recebe seis milhões de turistas por ano.
Parte desse sucesso, explica Jorge Busquets, da Câmara Argentina de Turismo, é devido às pequenas e médias empresas argentinas que não só resolveram alguns problemas recorrentes de infra-estrutura como adicionaram novas atrações a cada um dos 39 pontos turísticos do país.
"Em uma situação em que não há grandes montantes para a realização de investimentos de peso, com dinheiro limitado por conta da situação política e econômica, a Argentina viu na criação e no crescimento de novas pequenas empresas a saída para o contínuo desenvolvimento do turismo", disse.
Segundo Busquets, grande parte dos investimentos corretos feitos durante os últimos anos foi com números obtidos pela Conta Satélite.
"As pequenas e médias empresas são mais rápidas que as grandes para detectar novos negócios, mas se enganam facilmente na quantidade de investimento, exagerando na oferta de modo a quebrar todo o sistema", explica.
"Com a Conta Satélite podemos direcionar melhor os recursos, impedindo que muitos pequenos empresários se voltem para a exploração de um nicho específico", conta.
Busquets disse que fornecer números é obrigação da rede hoteleira, que para funcionar está condicionada a dizer com exatidão a oferta de serviços e a taxa de ocupação.
Cruzando os dados com o volume de gastos na região, os argentinos criaram um índice que é referência para o setor. Assim, mais restaurantes e quartos podem ser abertos desde que haja um saudável retorno que justifique os negócios.
"O maior problema hoje para o setor é a pesada pressão tarifária, pois pequenas e médias empresas são mais suscetíveis a cargas de impostos muito altas", diz Busquets, referindo-se à Argentina.
Salários, seguros, taxas e amortizações entram no índice de eficiência que o governo argentino divulga como forma de evitar a quebra de empresas durante o processo.
"Já conseguimos algumas isenções provando, por meio da Conta Satélite, a viabilidade de negócios sem os impostos", diz Busquets.
Segundo ele, o Ministério argentino hoje ocupa uma função de incubadora de empresas, na melhor tradição de outros ramos da economia, além de fornecer crédito e incentivos para pequenos e médios empresários, garantindo assim os bons resultados do turismo na Argentina hoje.