Termo de Referência para Metrópoles Saudáveis entra em discussão

Editoria: Vininha F. Carvalho 20/06/2006

Nos dias 16 e 17 de junho, foi realizada uma discussão para consolidar o Termo de Referência para Metrópoles Saudáveis. Na oportunidade, uma comissão multidisciplinar internacional sistematizou diagnósticos obtidos durante dois anos de debate -por meio de seminários promovidos pelo PROAM nas cidades de São Paulo, Campinas/SP, Macaé/RJ, Buenos Aires/Argentina e Munique/Alemanha-, segundo os processos que envolveram 8 regiões metropolitanas e 150 profissionais de diversas áreas ligadas ao equilíbrio ambiental e à saúde pública.

De acordo com o presidente do PROAM - Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, a iniciativa ajudou a construir um novo paradigma. "Esta reunião propôs uma visão multidisciplinar das metrópoles, já que ouvimos cada setor, da saúde, do meio ambiente, da violência urbana, o que nos permite visualizar de forma mais integral os processos relacionados às grandes cidades", avalia.

Segundo Bocuhy, vários consensos foram estabelecidos nesta reunião. "O primeiro deles é que a sociedade precisa aumentar sua percepção, ser informada para participar das discussões. Para isto, a divulgação dos indicadores ambientais deve ser priorizada. Isto é, o conceito e a concretização da saúde ambiental está relacionada ao processo de planejamento participativo das cidades.

Outro ponto importante é que o conceito de sustentabilidade deve incluir perspectivas de sustentabilidade, o que envolve a qualidade atual e também para as futuras gerações. Infelizmente planejamentos assim não existem e, se tocam no assunto, é de maneira superficial, o que não gera as políticas públicas necessárias", enfatiza.

O presidente da Fundación Metropolitana de Buenos Aires, Pedro Del Piero, que esteve presente na reunião, considera os resultados da reunião positivos. "Trabalhamos dois dias com uma equipe numerosa de especialistas e o resultado desta iniciativa nos deu subsídios para abordar com propriedade indicadores ambientais e sociais, que são comuns apesar das diferenças entre as grandes cidades na América Latina e no mundo", afirma.

As conclusões apontam para uma crise instalada e um processo que se agrava gradativamente comprometendo condições de potabilidade e desigualdades no acesso aos recursos hídricos, número insuficiente de moradias, acúmulo de resíduos de várias atividades econômicas e ocupação predatória do espaço urbano.

O documento final está a cargo do PROAM e será o Termo de Referência para Metrópoles Saudáveis, a ser apresentado pela primeira vez dos dias 21 a 25 de agosto de 2006 no 11º Congresso Mundial de Saúde Pública, no Rio de Janeiro. A reunião fez parte do cronograma do Programa Metrópoles Saudáveis coordenado pela instituição paulista PROAM ­­- Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, em parceria com a OPAS-Organização Panamericana de Saúde e organizações governamentais e não governamentais do Brasil e da Argentina.


PROAM :

Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental Organização não-governamental com atuação internacional, o PROAM tem por objetivo o estímulo de ações e políticas públicas com a finalidade de tornar o ambiente saudável, principalmente nas grandes áreas urbanas.

Fundada em abril de 2003, a ONG é presidida pelo ambientalista Carlos Bocuhy (conselheiro do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São Paulo –Consema). O PROAM mantém campanhas ambientais como a “Billings, Eu te quero Viva!”.

O programa “Metrópoles Saudáveis”, atualmente em andamento, sob a coordenação do PROAM conta com o apoio da Organização Mundial de Saúde(OMS) e promoveu seminários e conferências com especialistas da América do Sul em São Paulo e Buenos Aires. O programa foi também apresentado em Munique, na Alemanha.

Fonte: Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental