Ecoadventur 2006 discutiu os atuais problemas do Litoral Norte

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/07/2006

Neste último domingo (16/7), terminou a terceira edição do Ecoadventur Litoral Norte-SP/2006. Durante os quatro dias, o evento discutiu os temas ecologia, ecoturismo, sustentabilidade, preservação ambiental, esportes e atividades de aventura no Litoral Norte. De 13 a 16 de julho, o Teatro Mário Covas sediou o Ecoadventur, em Caraguatatuba O evento gratuito contou com a presença de 10 mil visitantes e foi composto pelos eixos Enpro-Eco (Encontro Pró-Ecoturismo e Preservação Ambiental e Responsabilidade Social no Litoral Norte), Festival de Esportes Radicais e de Aventura (Fera Litoral Norte) e Ecoadventur Expo 2006.

As duas primeiras subdivisões deram origem a uma carta de conclusões e recomendações que será entregue para as autoridades federais, estaduais e municipais responsáveis pelas respectivas instâncias. Segundo o organizador do Ecoadventur, Carlos Bartolomeu Cavalcanti, o evento cumpriu o seu papel. "Sim, pelos objetivos colocados na carta de conclusões e recomendação. Com esse documento, conseguimos aglutinar as defesas e os conceitos que influenciarão o destino do Litoral Norte", afirmou.

O Enpro-Eco foi composto por três painéis que discutiram os temas "O futuro político do Litoral Norte" e "Mata Atlântica e a responsabilidade de sua preservação" e "O projeto Petrobras Campo de Mexilhão". Na primeira reunião, os candidatos a deputado estadual Charles Medeiros (PSB) e Maurício Moromizato (PT), por Ubatuba, e a federal Malu Ribeiro (PSB), por Ilhabela, Paulo Julião (PSDB), por São Sebastião, e Antônio Carlos da Silva (PSDB), por Caraguatatuba, debateram a questão da visão política para o desenvolvimento sustentável do Litoral Norte e expuseram as suas propostas de governo.

No segundo encontro do Enpro-Eco, o coordenador do Projeto de Ecoturismo na região da Mata Atlântica da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Sérgio Salvatti, a diretora do Parque Estadual de Ilhabela, Marilia Britto de Moraes, a secretária do Meio Ambiente de Ilhabela, Maria Inês Moura Fazzini Biondi, o secretário do Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Caraguatatuba, Auracy Mansano Filho, o coordenador de projetos da ONG Vale Verde, André Miragaia, e o presidente da organização não-governamental Onda Verde, Paulo André Cunha Ribeiro, discutiram a verticalização do município de São Sebastião. A mesa concluiu que é necessário convocar uma reunião imediata entre todas as partes para decidir quais medidas adotará para o novo possível processo de urbanização.

A terceira e última atividade do Enpro-Eco foi norteada pela questão do Campo de Mexilhão. O fórum teve a maior participação da população local, com cerca de 70 pessoas na platéia. Os moradores de Caraguatatuba questionaram os danos e os benefícios da instalação do gasoduto na região. Um dos principais assuntos que pautou a reunião foi a geração do emprego para os caraguatubenses, já que a maioria de vagas abertas pelo empreendimento serão destinadas aos níveis técnico e superior.

O Fera teve os panéis "Políticas para o desenvolvimento do turismo sustentável" e "Certificação e segurança. Sem isso não existirá turismo de aventura". No primeiro encontro, a secretária de Desenvolvimento Sustentado do Ministério do Meio Ambiente, Daniela Soares do Nascimento, o consultor em Legislação Ambiental e Turística, João Allievi, e o secretário de Urbanismo de Caraguatatuba, Leandro Borella, falaram sobre as questões de certificação e normatização e estudaram o desenvolvimento de ecoturismo e turismo de aventura em Brotas (SP).

Durante, o painel, Borella lembrou que Caraguatatuba quer criar uma legislação de turismo sustentável para regularizar as empresas existentes e dar credibilidade ao empreendimento no município.

No segundo painel, o técnico do projeto na área do Instituto de
Hospitalidade, (IH), Leonardo Persi, e o coordenador de qualificação da Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (Abeta), Álvaro Barros, detalharam a criação de normas técnicas de turismo de aventura no Brasil.

Barros apresentou uma lista com os 15 pólos escolhidos para contemplação da implantação do programa de Qualificação e Certificação do Turismo de Aventura. No entanto, nenhuma das cidades que formam o Litoral Norte - Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba - estão na listagem. Segundo o coordenador de qualificação da Abeta, o Ministério do Turismo não tem recursos para a inclusão de novas localidades.

O presidente da ONG Onda Verde e organizador dos painéis, Paulo André Cunha Ribeiro, lembrou que as reuniões deram origem à carta de conclusões e recomendações. "Esperamos que esse documento seja cumprido e que as ações, efetuadas por quem tem a responsabilidade de atuar juntos aos problemas e às soluções apresentadas nesses quatro dias", disse. Ribeiro terminou a sua fala anunciando que a carta será encaminhada aos representantes das esferas federais, estaduais e municipais.

Além dos fóruns, o Ecoadventur ofereceu uma programação gratuita em que os visitantes puderam praticar esportes de aventura como tirolesa de 150 metros, mergulho em tanque, rapel, parede de escalada de 12 metros, arvorismo e canoagem.

O evento também contou com uma série de atividades voltadas ao conhecimento e à informação na área ambiental, uma mini-corrida de aventura de 5,8 km, o primeiro desafio de caiaques no Rio Santo Antonio e um espaço lúdico e esportivo para crianças de 2 a 10 anos, o Playground Radicalzinho.

A Nestlé, patrocinadora geral do Ecoadventur, trouxe o Projeto Nutrir, programa de aproveitamento total dos alimentos, e atividades de pintura e desenho para as crianças. Ao todo, o evento contou com a participação de 30 ONGs e entidades culturais.

Fonte: Trópico Comunicação