Aprendendo sobre ecologia e meio-ambiente fora da sala de aula

Editoria: Vininha F. Carvalho 08/05/2006

O aprendizado fora da sala de aula é cada vez mais valorizado pelas instituições de ensino, pais e alunos. Para dar aos estudantes a oportunidade de aprender mais sobre meio-ambiente e ecologia, por exemplo, muitas escolas se programam com viagens para o estudo do meio. Os ecossistemas da Mata Atlântica e do Cerrado são melhores entendidos quando os estudantes podem conferir de perto como eles funcionam.

Entre os educadores, a idéia de que em ambientes diferentes o aproveitamento, na maioria das vezes, é muito maior do que dentro da sala de aula vêm se tornando cada vez mais comum. Baseadas nesse principio muitas escolas já iniciam o ano com um calendário definido de viagens que tem por objetivo ensinar na prática. Entre as matérias, que podem serem melhores explicadas e mostradas fora da sala de aula, estão meio-ambiente, ecologia, estudo dos povos indígenas, entre outros. Em trilhas ecológicas pelas matas os estudantes aprendem a identificar as espécies da fauna e da flora, passam a entender melhor a importância da preservação e o respeito a natureza.

Se o assunto a ser estudando é a mata atlântica, que originalmente era a segunda maior floresta brasileira, percorria o litoral de ponta a ponta e atualmente restam apenas cerca de 5 % de sua extensão original, um dos destinos mais procurados pelos educadores é Ubatura, no litoral norte de São Paulo. Nesta região há pacotes do estudo do meio na Pousada das Cachoeiras que está situada em uma importante área de reserva natural, a 3 km da praia de Maranduba. O lugar é perfeito para o turismo de ecologia, pois a região oferece muitas belezas e a diversidade do conjunto de ecossistemas que a Mata Atlântica engloba além de ar puro, lindas cachoeiras, trilhas com paisagens maravilhosas e piscinas naturais.

Além disso, a turma também pode conhecer de perto um pouco do complexo mundo marinho no Aquário de Ubatuba com seus 12 tanques de água salgada (entre eles um dos maiores tanques marinhos do Brasil, com 80.000 litros) e visitar o Projeto Tamar que cuida da preservação das 5 espécies de tartarugas marinhas existente no Brasil “Neste hotel os estudantes tem um contato maior com a mata e aprendem tudo sobre ecologia, meio ambiente, ecossistema, biodiversidade, mananciais hídricos, mangue, florestas de baixada e de encosta da Serra do Mar, florestas interioranas, matas de Araucária, preservação, costão rochoso, história da ocupação de terra, uso sustentável, modo de vida dos caiçaras, como fazer uma casa de pau-a-pique, entre outras coisas” relata André Fedel diretor da Joy, especializada em pacotes pedagógicos.

Para que os estudantes conheçam melhor o Cerrado, que é o nome regional dado às savanas brasileiras que ocupa aproximadamente 20% da superfície do País, Sacramento, na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, tem sido a escolha de muitos educadores. Nesta região as turmas de estudantes se hospedam no complexo Águas do Vale que fica entre montanhas, às margens de um imenso lago de 33 milhões de metros quadrados de lâmina dágua.

Além de ter contato com o cerrado e cachoeiras, os alunos podem estudar a gruta dos Palhares que é considerada a maior gruta de arenito das Américas, comportando em seu primeiro vão cerca de 5 mil pessoas. Ramificando-se em outros compartimentos, tem uma profundidade explorada de aproximadamente 450 metros que, por questão de segurança, só pode ser visitada ou estudada com autorização especial. A formação rochosa é de arenito botucatu, e sua descoberta deu-se na metade do século XIX. A área de visitação é rica de belezas naturais, com sua altura de 22 metros, abrigando em cada dobra da rocha centenas de ninhos de maritacas, papagaios, andorinhas e outras aves que ali encontram tranqüilidade para reprodução.

Um destino novo tem tido grande procura por turmas que querem se inteirar mais sobre a ecologia e a cultura indígena que é o Ibiquá Eco Resort. O hotel recém inaugurado é um projeto ecológico que respeita as leis ambientais. Seu nome provém da língua Guarani e significa “estudo do meio” ou “ aprendendo com a natureza”. Alternativas como aquecimento solar, iluminação e ventilação natural, uso de madeiras renováveis e materiais reciclados fazem parte do planejamento do empreendimento com o objetivo de minimizado o impacto ambiental.

O Ibiquá está inserido na Estância São Marcos, uma propriedade rural que oferece vários atrativos aos estudantes como o Projeto ‘Redescobrindo o Brasil’, uma aldeia de índios guaranis, que revelam aos visitantes toda a riqueza de sua cultura; o ‘Projeto Proteger’, um criadouro conservacionista autorizado pelo IBAMA, com animais silvestres como sagüis, tucanos, araras, papagaios, macacos-prego, quatis, jacaré, cobras, tartarugas, veados, emas, periquitos, entre outros; o “Laticínio São Marcos” , onde é possível acompanhar o processo de fabricação de queijos, da ordenha até a venda; a criação de suínos, caprinos, ovinos, bovinos de leite e aves; “Trilha Ecológica”, uma aula sobre a preservação da margem da represa através da reconstituição da mata ciliar e cavalos, pôneis e charretes para passeios.

Para atender essa nova demanda educacional que cresce a cada ano o turismo pedagógico de qualidade ganha força ao oferecer locais e trabalho diferenciados. “A Joy tem um trabalho respeitado há mais de dez anos e procura sempre divertir e ao mesmo tempo educar, por isso já conta com 150 instituições educacionais fiéis aos pacotes educacionais. O nosso cuidado começa desde a porta da escola quando os estudantes embarcam nos nossos ônibus juntamente com os professores. Durante a viagem a responsabilidade pela turma não fica apenas com os professores, mas também com os monitores que são treinados para acompanhar, cuidar, ensinar e entreter os estudantes” diz André.





Fonte: Estilo Press

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