Fortaleza é uma Cidade Amiga da Amazônia

Editoria: Vininha F. Carvalho 18/10/2006

A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT-CE), assinou termo de compromisso com o programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O objetivo do Cidade Amiga da Amazônia é incentivar prefeituras brasileiras a adotarem leis locais que evitem o consumo de madeira nativa de origem criminosa nas compras e licitações públicas.

Durante a solenidade realizada à bordo do navio Arctic Sunrise, da entidade ambientalista, a prefeita também editou decreto criando Grupo Técnico de trabalho no âmbito do executivo municipal para elaborar a política de consumo responsável de madeira. Além do Greenpeace, a ONG cearense Esplar - Centro de Pesquisa e Assessoria apóia a iniciativa. Fortaleza é a terceira capital nordestina e 33o município brasileiro a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia.

“Ao fechar suas portas para madeira de origem criminosa, a prefeitura de Fortaleza está agindo concretamente para deter o desmatamento da Amazônia”, comemora Adriana Imparato, coordenadora do programa Cidade Amiga da Amazônia. “Esperamos que a adesão dessa importante cidade motive outros municípios do Ceará a fazer o mesmo e inspire a sociedade a consumir produtos florestais de forma responsável”.

Estima-se que entre 60% e 80% de toda madeira amazônica tenham origem ilegal e 64% da produção destinam-se ao mercado consumidor brasileiro. As prefeituras utilizam grandes volumes de madeira em obras como escolas e postos de saúde. “Consumir madeira de origem ilegal é inaceitável. O dinheiro público não pode financiar a destruição criminosa da Amazônia”, completa Adriana Imparato.

Diversas autoridades e ONGs participaram da solenidade no navio. Entre elas, Ibama, Ministério Público e CREA. Todos formalizaram apoio à campanha pela criação de uma rede de áreas protegidas como parques e reservas na para conter o desmatamento da floresta amazônica.

O navio do Greenpeace está em expedição pelo litoral brasileiro promovendo propostas de proteção à floresta como a implementação de uma rede de áreas protegidas e de uso sustentável e o consumo responsável de produtos florestais. A idéia da expedição é levar a realidade de regiões remotas da Amazônia para grandes centros urbanos do litoral brasileiro.

Nos últimos quatro anos, mais de 70 mil km2 de floresta amazônica foram destruídos pela exploração criminosa de madeira e pelo avanço descontrolado da fronteira agropecuária. Em todo o mundo, o Greenpeace trabalha pela criação de uma rede de áreas protegidas para salvar os últimos remanescentes florestais do planeta.

“Acreditamos que só a mobilização da sociedade e a ação de todos os níveis de governo podem reverter a tendência de destruição da floresta. A Amazônia tem pressa”, conclui Adriana Imparato.

Fonte: Greenpeace