Munícipios não se preparam para receber o turismo rodoviária

Editoria: Vininha F. Carvalho 19/04/2007

Apesar da crise nos aeroportos, o ano de 2006 foi o melhor da história do turismo brasileiro. Dados do Banco Central mostram que o Brasil fechou o ano com US$ 4,3 bilhões provenientes do exterior com a atividade.

O turismo rodoviário, por sua vez, registrou aumento 41% no mesmo período. Ainda assim, muitos municípios e empreendimentos turísticos não se preparam para receber o turista que chega de ônibus.

O turismo é uma das atividades que mais fomenta a economia do País. Só em 2006, foram arrecadados US$ 4,316 bilhões de receita cambial, em viagens turísticas pelo Brasil, valor que supera em 11,77% os US$ 3,861 bilhões registrados em 2005, melhor marca até então.

Para Maurício Marques Garcias, presidente da FRESP- Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo, investir na qualidade e na segurança dos serviços turísticos é essencial para aumentar o fluxo de turistas e gerar mais oportunidades de negócios no País.

Segundo ele, o turismo rodoviário poderia crescer 15% a 20% a mais em vendas, se não fossem as péssimas condições das rodovias. No interior dos estados é usual a prática de turismo rodoviário, daí a importância de se ter uma infra-estrutura apropriada.

“As empresas transportadoras turísticas têm capacidade técnica e econômica, serviços de logística e de apoio para garantir eficiência, rapidez e segurança aos passageiros. O fato é que o turismo rodoviário no Brasil sofre com a falta de estradas viáveis para crescer na proporção que merece.”


Visita do Papa :

A vinda do Papa Bento XVI ao Brasil, no mês de maio, suscita a questão. Os lugares pelos quais o líder religioso passará estão em condições de receber os romeiros que chegarão de ônibus? Julio Oliveira, gerente de Operações da Basílica de N. Sra. Aparecida, na cidade de Aparecida do Norte, revela: “Operacionalmente falando, trabalhamos para acolher cerca de 500 mil romeiros somente no dia 13 e, para tanto, reservaremos os dois bolsões laterais ao Centro de Apoio ao Romeiro somente para os pedestres. Serão criados bolsões de estacionamentos em Aparecida, nas cidades vizinhas e próximos à Rodovia Dutra para o acolhimento de todos os que vierem.” Maurício Garcias, da FRESP questiona: serão suficientes? “Acredito que não haverá infra-estrutura para receber todos os ônibus que chegarão à cidade”.


Infra-estrutura

As transportadoras turísticas autorizadas dispõem de infra-estrutura própria, como oficina de manutenção, borracharia, funilaria, lubrificação, abastecimento e lavagem de veículos, treinamento para mão-de-obra especializada, além de setores de atendimento ao consumidor e plantão 24 horas com equipe técnica e frota reserva. Uma rede conveniada (RAFE – Rede de Apoio ao Fretamento Eventual) organizada pela FRESP garante o pronto-atendimento em várias localidades do País.

O serviço de ônibus de fretamento regulamentado atende a todas as exigências legais e garante o transporte seguro aos grupos de passageiros a preços competitivos.

Na hora de contratar, a FRESP recomenda atenção ao valor da prestação dos serviços: “se o preço for muito abaixo da média de mercado, pode indicar que a empresa não está devidamente regulamentada ou não atende aos requisitos básicos de segurança”, adverte Garcias. “Para isto, dispomos de um tele-atendimento para melhor orientar ao usuário – 0800-77 32 060”, informa o diretor.

O presidente da FRESP lembra que para um transporte seguro e qualidade a transportadora turística deve ser certificada pelos seguintes órgãos reguladores: Ministério do Turismo (viagens turísticas) ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres (viagens interestaduais e internacionais); Artesp – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transportes do Estado de São Paulo (viagens intermunicipais); SMT – Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo (viagens municipais em São Paulo) e EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (viagens metropolitanas) ou órgãos equivalentes em outros estados.






Fonte: Federação das Empresas de Transportes de Passageiros - SP