Projeto Semeando Livros busca colher um futuro consciente de suas origens

Editoria: Vininha F. Carvalho 11/10/2007

A cultura paranaense conquistou em maio uma grande vitória: a implantação do Projeto Semeando Livros, que irá resgatar e consolidar obras literárias de artistas regionais. Tal ousadia será possível em função de parceria e convênio de cooperação mútua da Editora Juruá com a Academia Paranaense de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Foi firmado em abril, com ação inicial até o fim de 2007 previsto apenas para o Paraná.

Buscando incentivar a produção e a democratização do saber como forma de promover o desenvolvimento humano e intelectual da sociedade, o projeto irá disponibilizar o lançamento de livros sobre a cultura regional por baixo custo.

Serão relançados livros muito antigos, que não existem mais ou que estão esgotados há tempo. Ou então livros sobre temas que não são encontrados para consulta em outros lugares.

Segundo o baiano radicado em Curitiba e idealizador do projeto, Anthony Leahy, a idéia não é meramente comercial, mas sim conceitual e ideológica, pois tem como objetivo estimular a leitura e o conhecimento. Para ele, o mais importante é promover a integração nacional a partir do resgate, convalidação e divulgação das culturas regionais.

“A identidade se constrói com o conhecimento. Trata-se de uma oportunidade única de se reconhecer paranaense e brasileiro”, observa Anthony, que é membro da academia e diretor de novos negócios da Editora Juruá.

Ele vai além ao citar que hoje em dia existe apenas lugar para se levar autores comerciais, o que faz a cultura regional tender a se encolher perante a globalização. “Harry Potter tem para vender em muitos lugares, e vende bastante. Inclusive a representação ideológica foge da nossa cultura. A idéia não é combater a cultura globalizada, mas sim defender a cultura regional. Isso busca evitar uma lavagem cultural que já existe”, completa Anthony, que acredita que o projeto irá abrir espaço e gerar visibilidade para as “pratas da casa”.

Ao todo serão lançadas 100 obras no Paraná, desde autores vivos, membros da academia e do Instituto, a autores falecidos, mas clássicos. Entre os ainda vivos, Valério Hoerner Jr, professor da PUC-PR e membro da APL, cujo livro sobre Gumercindo Saraiva e a Revolução Federalista no Paraná será lançado ainda na 1ª quinzena de maio.

Dos mortos: “Dias Fratricidas”, de José Bernardino Bermann, 1º presidente do Instituto Histórico e Geográfico do PR, em 1900. O 2º livro do projeto tem previsão de lançamento durante a 2ª quinzena de maio. De autoria do ex-reitor da UFPR e membro da ALP, professor Carlos Roberto Antunes dos Santos.


Editora Juruá

A possibilidade de execução de tal plano existe em função do sistema de impressão da Editora Juruá, que imprime unidades sob demanda de exemplares. Não haverá tiragem mínima ou máxima. A comercialização será feita através de livraria virtual, ou então na livraria Pedra da Gazeta, localizada no Shopping Itália e especializada em comercializar livros de autores paranaenses.

Devido à experiência da Juruá e sua atuação nacional, será possível colocar em prática um projeto tão ousado. Fundada há 37 anos, a Editora publica obras nas áreas de Administração, Contabilidade, Economia, Literatura e Psicologia.

Com o advento da era tecnológica, a Juruá conseguiu mais uma vez dar um passo à frente, ao implantar o sistema de impressão de obras por demanda, que extingue a necessidade de estocagem de livros, permitindo que os autores atualizem suas obras de imediato, sempre que acharem necessário.





Fonte: Gustavo Zielonka Vieira Rodrigues