Editoria: Vininha F. Carvalho 11/10/2007
Com a presença de empresários e autoridades, foi realizado em São Paulo evento de lançamento no Brasil do projeto "Caminho do Abraão", no Oriente Médio, criado por um grupo de professores e alunos da Escola de Direito da Universidade de Harvard, nos EUA.
Inspirado no famoso Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, o projeto tem por objetivo a divulgação de um caminho de paz entre os povos. "Não é um projeto religioso nem político, mas sim de criação de um pólo de turismo. Precisamos de uma visão nova para o Oriente Médio.
A região tem dois caminhos: o terrorismo ou o turismo", explicou o professor William Ury, diretor do Global Negotiation Project da Universidade Harvard, que participou do encontro em São Paulo.
Na prática, o trabalho consiste na reconstrução de um Caminho de 1.100 km entre as cidades de Urfa, na Turquia, e Hebron-Al Kalil, na Jordânia, trajeto percorrido há mais de dois mil anos pelo profeta Abraão. Toda a região abrangida pelo Caminho é riquíssima em locais e referências históricas e religiosas, além de abrigar paisagens de rara beleza.
O "Caminho de Abraão" permitirá o florescimento de hospedarias, lojas e restaurantes, oferecendo novas oportunidades de trabalho às comunidades locais.
Os idealizadores do Projeto entendem que a recuperação do Caminho, a manutenção de sua infra-estrutura e as atividades turísticas decorrentes desse resgate, uma vez encabeçadas por comunidades locais de forma sustentável, têm o potencial de gerar renda e promover o desenvolvimento sócio-econômico para a região, trazendo perspectivas, estabilidade, paz e dignidade para as populações locais.
Já foi arrecadado US$ 1 milhão entre empresários brasileiros para a realização de atividades de divulgação do projeto aqui no país. O responsável por essas atividades no Brasil é o advogado Fernando Latorre que, apoiado por um conselho diretor formado pelos empresários Salim Schahin, David Feffer, Suheil Yamout e Alexandre Chade, entre outros, atua como coordenador executivo do projeto.
Além do Brasil, o "Caminho de Abraão" já conta com grupos de apoio na Turquia, na Palestina e na Jordânia. Em futuro próximo serão formados outros grupos na França, Holanda, Reino Unido, Itália, Síria e Paquistão, onde movimentos embrionários já estão se organizando.
De acordo com Fernando Latorre, o Brasil tem um papel fundamental nessa iniciativa global. Além da neutralidade diplomática na região, nosso País pode contribuir também como exemplo de convivência e interação entre as comunidades da diáspora árabe-judaica. O objetivo do Capítulo Brasileiro, portanto, é de natureza filosófica e cultural, como também de potencial gerador de fluxo de turismo para a região do Oriente Médio.
O custo total do projeto "Caminho de Abraão" é calculado em US$ 50 milhões. O projeto já recebeu recursos da própria Universidade Harvard, do Fundo Rockefeller e de príncipes sauditas. Para o professor Willian Ury, o projeto tem um precedente histórico, pois “ninguém imaginaria, em 1940, que sessenta anos depois teríamos a União Européia, pacífica e próspera, após mais de mil anos de conflitos armados”.