Editoria: Vininha F. Carvalho 03/06/2008
O "Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional", apresentado na cidade do Rio de Janeiro, é um levantamento inédito. O trabalho, encomendando pelo Ministério do Turismo, fornece informações variadas que vão permitir definição de políticas, racionalização na aplicação de recursos e implantação de ações efetivas para o desenvolvimento da atividade, através de parcerias com lideranças políticas, empresariais e institucionais como o Sebrae.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV), autora do trabalho, levou em conta diversos indicadores para analisar o potencial competitivo: sustentabilidade, políticas públicas, economia, infra-estrutura, equipamentos turísticos e capacidade empresarial.
A proposta é fazer com que os destinos, escolhidos por serem capazes de induzir o desenvolvimento regional, ganhem padrão de qualidade internacional e se tornem referência no País.
O resultado do levantamento foi apresentado na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC), por meio da Rede Sesc-Senac de Teleconferência, que transmitiu o evento para as 27 capitais, onde estavam reunidos governadores, prefeitos, secretários de turismo, parlamentares das Comissões de Turismo do Senado e Câmara, lideranças empresariais e profissionais ligados ao setor.
“Planejamento é a palavra-chave. Com diagnóstico preciso é possível identificar problemas, definir ações e investimentos. Esta é uma ferramenta poderosa para dar um salto de qualidade, porque não dá para trabalhar no abstrato. Com dados é possível estabelecer metas que podem ser cobradas”, disse a ministra do Turismo, Marta Suplicy. Ela ressaltou a importância dos parceiros para a realização do trabalho.
"O Sebrae já trabalha com quase todos esses destinos indutores. No entanto, consideramos o diagnóstico como um fato marcante, porque podemos ajudar ainda mais o País a discutir ações e a buscar soluções focadas", ressaltou o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, que participou do evento.
"Nossa responsabilidade é atuar para superar deficiências e gargalos. Com este trabalho conjunto, o Brasil tem tudo para implantar um modelo que ajude os demais destinos turísticos do Brasil e também para servir de referência para outros países, levando em conta o desenvolvimento econômico, responsabilidade ambiental e sustentabilidade", assinalou Paulo Okamotto.
Para que o estudo se converta em ações, serão realizados seminários em cada um dos destinos e os resultados serão discutidos com as autoridades e a população. A ministra destacou que a avaliação de cada item só será divulgada localmente, para que não seja confundida com uma disputa.
“O que queremos é que a competição se dê a nível local, onde cada um vai procurar melhorar o que é mais importante. Para o turismo de negócios, por exemplo, a tecnologia wireles (que permite conexão de computadores sem necessidade de cabos) é muito importante. É importante que cada um estabeleça suas necessidades para atender às demandas específicas”, esclareceu.
Kit com dicas:
Cada um dos destinos também vai receber um kit com dicas de como fazer um folder, listagem das atrações locais e um CD-Rom com fotos que poderão ser utilizadas para propaganda. Todo este material foi concebido como modelo e será importante para o marketing, tido como um dos pontos mais vulneráveis segundo o estudo.
Infra-estrutura foi o item melhor avaliado. Segundo a ministra, os investimentos já realizados deverão melhorar ainda mais com os recursos previstos dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A primeira avaliação dos resultados será feita em 2010. "Definimos esta data porque teremos eleições municipais. Os novos prefeitos vão precisar de um tempo para tomar pé da situação e implantar as mudanças’, explicou a ministra.
O presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, Albano Franco, disse acreditar que o país poderá superar a meta definida até 2010 de cinco para sete milhões de turistas, por conta de todas as ações governamentais que estão sendo implementadas. "Parabenizo a ministra pelas negociações recentemente concluídas junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para criação de uma linha de crédito de US$ 1 bilhão para o Prodetur", enfatizou.
Pelo Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur Nacional), estados e municípios interessados no desenvolvimento da atividade turística poderão solicitar recursos diretamente ao BID, de acordo com critérios acordados entre o Ministério do Turismo e o Banco Interamericano.