Picinguaba , onde a natureza inspira a arte

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/09/2008

Não há quem conheça e não se encante com a beleza de Picinguaba. Localizada em área de proteção ambiental, cercada pela Mata Atlântica, a 40 km do centro de Ubatuba e a 30 km de Parati, no litoral norte paulista, a Vila de Picinguaba, tombada pelo Patrimônio Histórico, preserva ainda tradições da antiga cultura caiçara como a pesca artesanal. Da pequena praia saem as canoas rumo à baía de águas verdes.

Na Vila, passado e presente se encontram na arquitetura de construções coloniais centenárias, de pau-a-pique e bonitas casas de veraneio. O charme do lugar fascina quem procura tranqüilidade, simplicidade e natureza por toda a parte.

A região é cortada por trilhas que levam a cachoeiras maravilhosas e praias quase selvagens. Do mirante da Vila, pode-se admirar um inesquecível pôr do Sol. Na histórica Casa da Farinha, situada no Sertão da Fazenda da Caixa, é possível assistir ao preparo artesanal da farinha de mandioca, num processo que utiliza uma roda dágua.

"Refúgio de peixes" em tupi-guarani, Picinguaba é refúgio também para muitos turistas estrangeiros, arquitetos, cineastas, que já filmaram produções no local, e artistas. Muitos conheceram o lugar e tornaram realidade o sonho de viver ou ter um cantinho na praia para restabelecer as energias.

Foi o caso de Rosa Penteado, artista plástica especializada em cerâmica, que deixou o badalado bairro de Higienópolis, na capital paulista, onde morava e tinha uma escola de arte, para viver e trabalhar em Picinguaba. Ela conheceu esse paraíso quase intocado no final dos anos 70 e se apaixonou.

"Em Picinguaba, vi a melhor opção de férias saudáveis para meus filhos", conta Rosa. Comprou uma casa , de frente para o mar , em princípio para passar o verão, e acabou se mudando de vez com seu ateliê de cerâmica.

Ocasionalmente, pode-se assistir à queima das peças de cerâmica pela técnica milenar do "Raku", originária da China e difundida no Japão, utilizada para a criação de utensílios usados na cerimônia do chá, na qual Rosa se especializou ao longo dos últimos 20 anos. As peças de cerâmica são levadas ao forno aberto a 1000 graus de temperatura.

"Essa queima gera uma redução de oxigênio, interferindo nas cores dos óxidos usados. Na verdade, brinca-se com o fogo, tornando a queima muito atraente”, conta Rosa.

Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba:

Parte do Parque Estadual da Serra do Mar, o Núcleo Picinguaba situa-se a 11 km da Rodovia Rio Santos – BR 101. Com uma área de 8.000 hectares, faz a ligação com o Parque Nacional da Serra da Bocaina e com a Área de Proteção Ambiental – APA do Cairuçu, no estado do Rio de Janeiro. Único ponto do Parque que atinge a orla marítima, a floresta de Picinguaba chega até a costa e se espalha pelo litoral em cinco praias.

As praias:

Para o deleite dos surfistas, duas praias, nas quais só se chega a pé, são ideais para a prática do surfe. A praia Brava da Almada, que abriga árvores centenárias, e a praia Brava do Camburi. A maravilhosa praia da Fazenda, com 3,5 km de extensão, de mar calmo, é cenário ideal para caminhar, correr ou apenas tomar sol e observar a paisagem.

A praia da Vila é calma, ponto de partida e chegada dos barcos de pesca. Tem acesso para carros. A praia do Camburi, também com acesso para carros, possui um pequeno comércio de peixes e uma bela cachoeira na entrada, junto à Rodovia Rio-Santos.

Os mergulhadores podem se aventurar por toda a costa da região, utilizando barcos de aluguel. A Ilha das Couves, considerada um dos melhores pontos de mergulho do litoral, é bem próxima ao continente, sendo também uma ótima opção de passeio marítimo.

Para quem gosta de caminhar há várias opções de trilhas, algumas fáceis de percorrer, além de cachoeiras acessíveis.

Como chegar:

O acesso ao Núcleo é feito pela rodovia Rio-Santos (BR 101). A entrada principal fica na Praia da Fazenda, no km 11, a 40 km de Ubatuba e a 30 de Parati.

Foto: Julio Menezes

Fonte: Miriam Boffo