Condutores nativos garantem as melhores visitas na Ilha do Mel

Editoria: Vininha F. Carvalho 06/02/2009

Quando o turista chega ao balneário de Pontal do Sul, eles já aguardam no pier de embarcação rumo às praias de Encantadas e Nova Brasília. Com um grande sorriso, dão as boas vindas e já vão explicando sobre o que é visitar uma área de preservação ambiental. Nativos ou moradores da Ilha do Mel, condutores profissionais sabem o que é viver numa ilha e têm na bagagem muitas experiências e boas histórias para contar.

Ao todo são 24 condutores que passaram por um curso de capacitação oferecido numa parceria entre o IEPR – Instituto de Ecoturismo do Paraná, Sebrae/PR, SETU – Secretaria Estadual de Turismo e FUMTUR – Fundação Municipal de Turismo de Paranaguá. O objetivo era oferecer tanto à comunidade quanto ao visitante da ilha algumas vantagens.

À comunidade, uma nova fonte de renda, através da profissionalização. E ao turista, a possibilidade de não apenas conhecer os atrativos naturais da ilha, mas também um pouco sobre o seu povo, as histórias e a cultura local.

“Quando pensamos no projeto – o curso foi realizado ainda em 2006 – selecionamos 12 jovens da Praia de Encantadas e outros 12 de Nova Brasília”, explica Daniela Meres Silva, diretora de projetos de marketing da ADETUR Litoral e, na época, coordenadora do projeto pelo IEPR. “Isso para realmente atender não só ao turista, mas a própria comunidade local. Foram cinco meses de curso, realizado todos os finais de semana.

Os alunos tiveram aulas sobre meio ambiente, turismo, técnicas de condução, segurança e primeiros socorros, além de passarem por um estágio monitorado. Queríamos pegar o jovem que já conhecia a ilha por ter nascido ou por morar lá e oferecer a ele a técnica para que ele pudesse atender aos turistas com uma postura mais profissional. Isso é muito importante, principalmente quando falamos em unidades de conservação. Ou seja, um turismo bastante diferenciado.”

Passados dois anos do curso, o projeto ainda surte resultados. Tanto que para 2009 já está prevista uma retomada da iniciativa, expandindo as atividades também para os municípios de Morretes e Guaraqueçaba.

“Na Ilha do Mel, o que vamos fazer é reforçar o contato com aqueles primeiros alunos, trabalhando agora questões como a gestão e distribuição do trabalho, formas de divulgação dos serviços, ou seja, a questão do negócio mesmo”, completa Daniela.

“O curso foi importante para as agências de turismo, para os donos de pousadas, para os turistas e inclusive para a população local da Ilha do Mel”, concorda Patrícia Albanez, gestora de projetos de turismo do Sebrae/PR.

UM BOM PERSONAGEM DESTA HISTÓRIA :

Nas horas vagas, ele é professor de surf voluntário para crianças no contraturno escolar. Tempo que divide com a administração de um camping e com a profissão de guia, tudo na Ilha do Mel.

Amani Fernandes Alves, Maninho como é conhecido na comunidade, foi um dos alunos do projeto do IEPR e hoje é um dos condutores mais ativos.

“Fazemos desde o receptivo lá em Pontal até os passeios e trilhas pela ilha”, explica. “Quando recebo o grupo, já avalio qual o melhor roteiro para levá-los. Depende do número de pessoas, da faixa etária e mesmo do que eles estão dispostos a fazer. Sempre saio com um kit de primeiros socorros e com todo o equipamento necessário.

E haja preparo. No roteiro estão desde caminhadas leves até percursos de dez ou 14 quilômetros caminhando pela areia e passando por cima das pedras. Cada condutor tem seus próprios roteiros, sem deixar de lado os conhecimentos adquiridos com o curso. É possível observar pássaros raros, orquídeas e bromélias, sem falar nas demais belezas naturais. “Há um grupo de canadenses que vem todos os anos só para ver os pássaros”, comenta Maninho. “Gostam de ver a Saíra Ferrugem, rara em outros locais e sempre presente aqui na ilha.”

Mas um dos maiores atrativos da visita conduzida são mesmo as lendas. Uma das mais famosas é a do Vô Lavínio. Morador da ilha, ele se encantou por uma sereia que conheceu na gruta da Praia de Encantadas. Como prova de amor, ela lhe deu um saquinho contendo alguns diamantes, pedindo apenas que guardasse segredo sobre o romance e também sobre a sua existência.

O enlace durou muito tempo, até que num determinado dia, pressionado sobre seus sumiços repentinos, Vô Lavínio se viu obrigado a contar aonde ia todos os dias. Revelado o segredo, decidiu mostrar também os diamantes que, para sua surpresa, se transformaram em pedras de carvão. Hoje, na Ilha do Mel, diz-se que ninguém guarda segredo e que isso teria começado justamente por causa do Vô Lavínio. O mais curioso é que alguns moradores possuem até fotos do Vô, que jurava ser verdade a sua história.


SOBRE O PROJETO LITORAL DO PARANÁ – EMOÇÕES O ANO INTEIRO

Voltado essencialmente para a área do turismo, o Projeto Litoral do Paraná - Emoções o Ano Inteiro teve início ainda em maio de 2005. Começou por meio da articulação entre o Sebrae/PR e a SETU – Secretaria de Estado do Turismo, na implementação de políticas públicas para a região, em especial do Programa de Regionalização do Turismo. No desenvolvimento do projeto, passou a contar com uma série de entidades representativa da iniciativa privada além de outros órgãos municipais, regionais e estaduais.

Atualmente, está alinhado às diretrizes do Plano de Desenvolvimento do Turismo do Paraná, norteado por suas três grandes Áreas Estratégicas: Gestão e Fomento ao Turismo; Desenvolvimento de Destinos Turísticos; Promoção e Apoio à Comercialização.

Dentro dessas áreas, o Sebrae/PR, por meio do projeto, oferece aos empresários consultoria e capacitação em diferentes temas: desenvolvimento das atividades turísticas, gestão empresarial, marketing, tecnologia e inovação e associativismo e cooperativismo.

As principais ações realizadas foram consultorias especializadas, cursos, caravanas técnicas, rodadas de negócios, participação em eventos de turismo e também desenvolviemnto de material promocional do Litoral. Em 2008, foram mais de 300 empresas atendidas no Litoral do Paraná.





Fonte: Alternativa de Comunicação