Agências de viagem podem se beneficiar do turismo interno

Editoria: Vininha F. Carvalho 16/02/2009

A Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) registrou, entre outubro e janeiro, queda entre 25 e 30% na venda de pacotes internacionais."Tivemos uma queda acentuada, mas é importante lembrar que desse percentual deve ser considerado o que era expectativa e o que realmente se concretizou. Digamos que os agentes esperavam vender 100 e venderam apenas 70", diz o diretor de Assuntos Internacionais da Abav, Leonel Rossi.

A crise internacional é um cenário preocupante e este segmento deve sofrer os reflexos, mas, segundo o diretor da Abav, "não há nuvens muito negras". Para reforçar o argumento, ele lembra que o setor não depende de máquinas e equipamentos e, além disso, com o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros, mais pessoas estão viajando.

"No turismo doméstico, ainda não sentimos muito a crise. Muita gente desistiu das viagens internacionais por conta da alta do dólar. E, viajar pelo Brasil é mais barato e independe do câmbio", reforça.

No caso das micro e pequenas empresas, ele acredita que a flexibilidade ajuda muito a enfrentar problemas circunstanciais. "A pequena empresa costuma se sair melhor, porque o custo operacional delas não é alto".

O bom momento vivido entre 2007/e 2008 também pode ter contribuído para reservas financeiras. Segundo Rossi, neste período o turismo doméstico aumentou mais de 20% e o internacional, entre 10 e 15%.

As demissões no setor também podem ser minimizadas. Para o diretor da Abav, o segmento é complexo e as empresas investem muito na formação de uma equipe. Como se leva de três a quatro anos, para se ter um profissional qualificado, ele acredita que as empresas só tomarão este tipo de decisão em último caso.

Além disso, reforça, as agências já passaram por outros momentos de dificuldade e, com isso, aprenderam a se diversificar, atuando em nichos específicos como o turismo ecológico e de terceira idade, entre outros.

"O turismo é sempre o primeiro setor a sofrer com crises, mas é também o primeiro a se recuperar. As pessoas, primeiro honram seus compromissos com o pagamento da casa própria e a escola dos filhos, por exemplo, mas depois querem viajar. Viagens são necessidades psicosociais’, afirma.

Fonte: Sebrae / Abav