Pesquisadores pretendem tornar saudável a interação entre botos e turistas

Editoria: Vininha F. Carvalho 24/03/2014

Pesquisadores e ambientalistas se reunirão para discutir diretrizes para atividades turísticas com os botos, no Estado do Amazonas.

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) participaram desse encontro que foi realizado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente do Amazonas (Cemaam).

A reunião aconteceu na terça-feira (24/9/2013), às 14h, no auditório da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), localizada à Av. Constantino Nery, 5733, Flores.

Estiveram presentes representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Ampa, do Inpa, do Instituto Piagaçu, da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Turismo com a espécie

O turismo de observação de animais em vida livre vem crescendo. O Amazonas é o sétimo destino do turismo no mundo. A exuberante flora e fauna são os principais atrativos.

E quem se destaca nesse turismo verde é o boto-vermelho (Inia geoffrensis), um mamífero aquático endêmico da região amazônica, que está classificado como "Dados Insuficientes" pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN – sigla em inglês) e aparece no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

O turismo com esse animal, nos rios amazônicos, já ocorre há mais de uma década. Pesquisas recentes apontam que esse tipo de interação tem causado danos à espécie.

Conforme o estudo de Luiz Claudio Alves, realizado em 2009, no Parque Nacional de Anavilhanas (PNA), em Novo Airão, distante da capital amazonense 180 km; os botos condicionados que participam dessa atividade mudaram o comportamento social.

Segundo pesquisadores, esse tipo de atividade pode ser uma estratégia de conservação do boto-vermelho (Inia geoffrensis), que hoje sofre uma grande pressão pela ocupação humana e nos últimos anos vem sendo caçado indiscriminadamente para ser utilizado como isca na pesca de um peixe chamado piracatinga, que no Brasil é comercializado com o nome de douradinha.

“O objetivo da Ampa, em parceria com o Inpa, para essa normatização é promover o bem-estar dos animais. Acreditamos que com as diretrizes estabelecidas para essa atividade será possível fazer um trabalho mais efetivo de conscientização dos turistas, assim como, favorecer a qualidade de vida dos botos”, explica a presidente da Ampa, Nívia do Carmo.

Fonte: Clarissa Bacellar