Mudanças em Legislação na Alemanha favorecem Energia Eólica Gaúcha

Editoria: Vininha F. Carvalho 29/04/2014

O mês de abril trouxe boas notícias para o setor de energia eólica gaúcho com um relatório da ONU e mudanças na política alemã, gerando novas oportunidades para o Rio Grande do Sul .

A terceira parte do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), apresentado no último dia 13, recomenda diversas estratégias para conter o aquecimento global, dando uma ênfase especial à expansão das energias não-fósseis.

O impulso político deve aumentar o interesse em novas unidades de geração de energia renovável pelo mundo.

O Estado do Rio Grande do Sul, com sua longa costa retilínea, é considerado por especialistas uma região com grande potencial para a geração de energia eólica.

No entanto, há mais de 10 projetos de parques eólicos atrasados, desperdiçando um potencial para abastecer até 3,5 milhões pessoas. Os motivos vão desde dificuldades no licenciamento ambiental à falta de investidores.

Um dos maiores produtores de energia solar na Europa, a Alemanha vinha subsidiando massivamente a instalação de parques eólicos, o que atraía o interesse de muitas empresas pelas facilidades oferecidas.

Com o aumento do custo da energia para o consumidor alemão, o novo governo decidiu reduzir drasticamente os incentivos para parques eólicos em terra, mantendo apenas os subsídios para os chamados “off-shore” (parques eólicos em alto-mar).

Segundo Francisco Simões Pires, diretor da MASPLAM – Planejamento Ambiental, essa mudança de política pode representar novas oportunidades para os municípios e as empresas gaúchas.

“Se até agora, mesmo com o forte apoio do Governo, já havia investimentos alemães no Estado, como no Parque Eólico de Osório, agora a tendência será de os investidores alemães buscarem outras alternativas e o Rio Grande do Sul oferece excelentes condições para isso”.

Entretanto, Simões Pires alerta para a repetição de problemas conhecidos: “Ainda temos questões pendentes de licenciamento ambiental em alguns parques em razão da localização, exigindo maiores cautelas e estudos, e também a intervenção do Ministério Público por descumprimento de requisitos em outros, ou para conhecer os impactos que advirão, sejam positivos ou negativos, impondo clareza e transparência nas informações”, afirma o consultor, que deverá buscar novas oportunidades na Feira Internacional de Energias Renováveis “Green Ventures” na Alemanha.

“Esperamos encontrar as principais empresas e interessados no setor, podendo assim potencializar o trabalho de nossos clientes”.


Fonte: Francisco Simões Pires - diretor da MASPLAM / Felipe Pires