Brasil pode ser pioneiro na aprovação de eucalipto transgênico

Editoria: Vininha F. Carvalho 08/09/2014

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), instância colegiada responsável pela avaliação de biossegurança de transgênicos no Brasil, realizou hoje, 04 de setembro, uma audiência pública sobre eucaliptos geneticamente modificados (GM).

O objetivo da reunião foi discutir com a sociedade a segurança e os potenciais benefícios da liberação desta tecnologia, em análise pela comissão desde janeiro de 2014.

A diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, enxerga a possibilidade de aprovação do produto como uma oportunidade.

O Brasil possui uma legislação moderna, um processo de análise de biossegurança rígido e centros de pesquisa de excelência; temos todas as ferramentas para nos tornamos referência na área de biotecnologia.

A árvore GM que está sendo avaliada pelos especialistas da CTNBio apresenta aproximadamente 20% de aumento de produtividade em comparação com as variedades convencionais.

A introdução de um novo gene, proveniente da Arabidopsis thaliana, planta-modelo muito usada em experimentos genéticos, reduziu de sete para cinco anos e meio o período entre plantio e colheita e aumentou o diâmetro do tronco e a altura da árvore.

O gene inserido no eucalipto codifica uma das enzimas específicas que participam da formação química da celulose, a endoglucanase.

Números apontam que o setor florestal brasileiro é o responsável por 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Aproximadamente 4,6 milhões de pessoas estão empregadas no setor, quase 5% da população economicamente ativa do Brasil.

O investimento em biotecnologia é uma das alternativas para manter o Brasil em uma posição de liderança nesse mercado.
Segurança e Benefícios

Cientistas acompanham as plantações experimentais da planta transgênica nos estados de São Paulo, Bahia e Piauí desde 2006.

Estudos de biossegurança indicam que o novo eucalipto não causa impactos ao meio-ambiente e a outros vegetais quando comparado com a planta convencional.

Do ponto de vista ambiental, uma vez que há ganho de produtividade, a aprovação da tecnologia poderá acarretar em diminuição da área plantada, reduzindo a pressão sobre as florestas naturais. Sob uma análise econômica, estudo da consultoria Pöyry Silviconsult aponta que deve haver geração de empregos com a introdução do eucalipto GM.

A previsão é que 975 mil famílias sejam fixadas no campo e a renda dos produtores rurais seja incrementada em até 30%.

Fonte: Redação CIB