Governo de Minas Gerais adota programa ambiental de Itaipu como resposta para a crise hídrica

Editoria: Vininha F. Carvalho 20/03/2015

O Decreto será assinado hoje, dia 20/3, em Belo Horizonte, pelo governador Fernando Pimentel e pelo diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek.

O governo de Minas Gerais vai adotar o programa Cultivando Água Boa(CAB), desenvolvido pela Itaipu Binacional e parceiros, como principal ferramenta para a recuperação de microbacias e o enfrentamento da crise hídrica no Estado.

A cerimônia vai marcar o início das comemorações da Semana da Água em Minas Gerais.

Nesta semana, uma comitiva do governo mineiro está em Foz do Iguaçu e região para conhecer as principais ações do programa.

O grupo tem representantes da Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais(Copasa) e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

A comitiva foi recebida na manhã da segunda-feira (9/3), no Ecomuseu de Itaipu, pelo superintendente de Gestão Ambiental, Jair Kotz, e pela gerente da Divisão de Educação Ambiental (MAPE.CD), Leila de Fátima Alberton.

A programação, seguiu até sexta-feira (13/3), contou com viagens técnicas para Toledo, Marechal Cândido Rondon, Pato Bragado, Entre
Rios do Oeste, Santa Helena, Ouro Verde do Oeste, São José das Palmeiras,Itaipulândia e São Miguel do Iguaçu.

"Nesta semana, vamos viajamos pela região para que o grupo dialogasse com gestores públicos, agricultores, educadores, com a comunidade em geral. Queremos que eles conheçam in loco a metodologia de trabalho, para que efetivamente apreendam, a partir da própria percepção, a profundidade do programa”, comentou Kotz.

Segundo ele, a missão de Itaipu no processo será de orientação e de capacitação, a partir da experiência de 12 anos do CAB na região Oeste do Paraná.

“Quem efetivamente vai ter que executar o programa é o governo de
Minas, por meio de suas instituições, das pessoas, energizando recursos humanos e financeiros”, disse.

“Isso é bom para a imagem de Itaipu, porque mostra que a empresa está na vanguarda em termos de sustentabilidade; e é bom para a região, que se constitui como um laboratório de práticas sustentáveis”, acrescentou.

O superintendente lembrou que o CAB já foi adotado como modelo em
diversas regiões dentro de Estados brasileiros ou como projeto piloto de países como Guatemala, República Dominicana, Bolívia, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Em Minas, entretanto, será a primeira vez que o programa atinge o
status de política pública estadual. “Ou seja, ele já nasce com outra dimensão”, observou Kotz, revelando também o interesse de Estados como a Bahia e o Mato Grosso.

“Há uma tendência de o CAB ir se capilarizando no Brasil, se replicando como sistema de sustentabilidade.”


- Marco inicial:

Inicialmente, o CAB será implantado na microbacia do Rio de Pedras, próximo de Belo Horizonte. “Lá, nós temos uma usina que está bastante assoreada, com bastante [atividade] mineração, extração de areia. Vai ser o nosso marco inicial. Depois, vamos expandir [o programa] para outras microbacias do Estado”, antecipou a analista de meio ambiente Andréa Cassia Pires de Almeida, da Superintendência de Gestão Ambiental da Cemig.

Patrícia Rezende de Castro Pirauá, da Diretoria de Operação Sudoeste da Copasa, explicou que a decisão de levar o CAB para Minas levou em conta a metodologia e os resultados obtidos pelo programa. Ela atua na Divisão de Gestão de Qualidade de Controle Ambiental e na Superintendência de Planejamento e Gestão da diretoria.

“Percebemos que o programa busca a integração das pessoas, a mudança de consciência, não pelo dinheiro, mas pelo pelo envolvimento. Isso, para nós, é o mais importante”, salientou. “Não é um programa que passa, mas que permanece nas pessoas.”

A assessora técnica da Diretoria de Operação Sudoeste, Maria
Conceição Menezes, reforçou que a iniciativa pretende envolver os órgãos de governo e também entidades públicas, privadas e a comunidade em geral.

“Essa crise [hídrica] vai afetar a todos, em todos os lugares. Se nós não envolvermos todos nesse processo, as consequências virão.”


- A Itaipu:

Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,2 bilhões de MWh.

A hidrelétrica é responsável pelo abastecimento de cerca de 17% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 75% do Paraguai. Desde 2003, Itaipu tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”.

A empresa tem ainda como visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.

Fonte: Itaipu Binacional