Projeto Onça Pintada implata sede no Refúgio Caiman

Editoria: Vininha F. Carvalho 22/04/2005

A parceria bem-sucedida do Refúgio Ecológico Caiman com o Projeto Arara Azul passa a ser aplicada em mais um programa. Desta vez, a estrela é a onça pintada. Atualmente o Pantanal conta com a segunda maior população contínua da espécie – perde apenas para o Amazonas – e desempenha papel importante como um “berçário” para as populações de onças pintadas dos biomas adjacentes do Cerrado e do Chaco Paraguaio. Por isso, o Projeto Onça Pintada acaba de instalar oficialmente sua sede no empreendimento.

O Projeto Onça Pintada – Pantanal atua em 12 propriedades rurais, com uma área superior a 210 mil hectares. Somando-se os 75 mil hectares do Parque Estadual do Rio Negro, tem-se a maior área de proteção para a onça pintada no bioma Pantanal, com quase 300 mil hectares.

“A continuidade da onça pintada no Pantanal depende, sobretudo, do esforço conjunto de fazendeiros, ambientalistas e governo para não só propor como executar ações práticas de manejo para solucionar o problema de ataques de onças ao gado”, comenta Leandro Silveira, coordenador do Projeto.

Os pesquisadores do Projeto Onça Pintada (internacionalmente apresentado como Jaguar Conservation Fund) atuam desde 2002 no sentido de implementar estratégias para o manejo e conservação do animal. Além de armadilhas fotográficas e equipamentos de rádio-telemetria, que permitem o monitoramento dos hábitos da espécie e a catalogação, o trabalho tem sido bastante focado na conscientização dos moradores da região (principalmente fazendeiros e peões que lidam com o gado) para evitar a matança que existia em anos anteriores.

“Provamos que a onça não é responsável pela maioria dos ataques a rebanhos que a ela são atribuídos e em determinados períodos oferecemos recompensa para os que deixam de matar os animais”, resume Silveira. Com a instalação da sede no Refúgio Ecológico Caiman, o programa passa a ter a chance também de conscientizar os turistas brasileiros e estrangeiros que se hospedam no local.

Tecnicamente, as duas metodologias vêm sendo combinadas para acompanhar as onças. As armadilhas fotográficas fazem o registro dos animais da região por meio de câmeras automáticas instaladas no campo.

Já que cada onça pintada tem um padrão de pintas exclusivo, é possível individualizar os animais por meio das fotos. E a rádio-telemetria, por sua vez, tem como objetivo capturar as onças pintadas e equipá-las com uma coleira que contém um rádio-transmissor. Da mesma maneira que as armadilhas fotográficas, as onças marcadas são monitoradas à distância.

Com as duas metodologias combinadas, o intuito é acompanhar se há diminuição, aumento ou estabilidade da população da espécie na região, o que é essencial para avaliar o risco de extinção. Cinco onças pintadas foram capturadas até agora. Na ação, rádios-colares foram colocados e material biológico, coletado. As armadilhas fotográficas já individualizaram mais de 20 onças.

Empreendimento pioneiro no pantanal sul-mato-grossense, o Refúgio Ecológico Caiman se firma como um modelo de integração das atividades de ecoturismo e pecuária em prol da conservação da fauna e flora pantaneiras. Além dos projetos Arara Azul e Onça Pintada, já contribuiu com diversas pesquisas científicas de espécies como o Tamanduá Bandeira, Tuiuiús e o Papagaio Verdadeiro.

Mais informações sobre a fauna e a flora da região podem ser encontradas no Centro de Interpretação Ambiental da Natureza Dona Aracy Klabin, uma das atrações do Refúgio instalado na fazenda de 53 mil hectares, no município de Miranda (MS), a 236 km de Campo Grande. A hospedagem no local é feita em quatro pousadas – Sede, Sede II, Baiazinha e Cordilheira.

Diariamente, os caimaners (guias especializados) e os guias de campo (nativos da região) convidam os turistas para passeios a pé, de barco, a cavalo ou em caminhões adaptados, todos com o objetivo de observar e vivenciar a exuberante natureza da região.






Fonte: Voice Comunicação Institucional e Empresarial

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